segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Intervenção de Nuno Vieira e Brito na Tomada de Posse dos Orgão Autárquicos Municipais



Exmo. Senhor Presidente da Assembleia Municipal de Guimarães
Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal de Guimarães
Exmos. Vereadores da Câmara Municipal
Caros Colegas Deputados e Deputados
Minhas Senhoras, Meus Senhores

Inicia-se hoje um novo ciclo autárquico em Guimarães. Ciclo este que perspectiva um período de quatro anos rico em acontecimentos históricos e provavelmente irrepetíveis para Guimarães, mas que infelizmente conviverá com preocupantes momentos de estabilidade social e económica para muitas famílias vimaranenses.
As opções dos eleitores foram extraordinariamente claras (e obviamente felicitamos os vencedores) e devem ser obrigatoriamente respeitadas. Respeitadas pelos vencedores, tendo em conta que a verdadeira democracia só se aprofunda e respira quando se considera e valoriza a minoria; respeitada pelos vencidos, quando para as políticas propostas pela maioria se permitam adicionar as suas ideias e valores na perspectiva de conquistar um Futuro mais digno para os cidadãos e as cidadãs de Guimarães.

Foi, aliás, esta a mensagem do CDS/PP nos últimos quatro anos de vida autárquica e foi este o sentido que pretendemos orientar ao longo da nossa campanha eleitoral. Uma política diferente, preocupada com os grandes problemas sociais de Guimarães e das suas populações, solidária e empenhada na valorização e desenvolvimento sustentado de todo um concelho e de toda uma população.

Esta atitude identificou um maior número de eleitores com o CDS, permitiu a duplicação dos seus representantes nesta digníssima Assembleia, que têm como missão o cumprimento de forma responsável do seu compromisso com os eleitores. Será, pois, esta a postura cívica dos deputados do CDS/PP.

Sr. Presidente, Minhas Senhoras e Meus Senhores

Permitam-me que Vos convide a analisar e identificar, então e em conjunto, os desafios que se avizinham nestes próximos quatro anos.
Abordemos, desde logo, a ausência de emprego que tanto aflige os vimaranenses. Reconhecendo, todavia, inúmeros factores externos para este flagelo social é também consensual a predisposição local e regional que é fundamental contrariar. Nesse âmbito, a qualificação da população adulta, com níveis demasiado elevados de iliteracia e reduzida escolaridade no nosso concelho, é uma das grandes prioridades, direi mesmo um dever de intervenção para todos os dirigentes e intervenientes da “causa nostra”.

Por outro lado, a necessidade de reforçar políticas económicas que fomentem o investimento, como uma proactiva Agência de Captação de Investimento que o CDS tem proposto, o apoio ao empreendedorismo (seja ele de base tecnológica, social, de inserção e agora, com maior pertinência, cultural) são igualmente linhas programáticas a serem valorizadas durante esta legislatura.

Devemos, no entanto, relembrar que as políticas de desenvolvimento económico apenas têm sucesso, numa verdadeira democracia social, quando acompanhadas de políticas que considerem os mais carenciados e permitam reduzir o preocupante índice de pobreza, que atira Portugal e a Região Norte para lugares inaceitáveis na Europa dos 27.
Um outro pilar de desenvolvimento, é o do conhecimento. Guimarães e o Vale do Ave apresentam uma significativa população jovem que, teoricamente, tem acesso a todo um conjunto de ferramentas que lhe permita mais e melhor educação, mais e melhor formação, mais e melhor cultura.

Será, pois, obrigação de todos, estimular e contribuir para a fixação de uma das grandes riquezas de Guimarães, os jovens diplomados das nossas Instituições de Ensino Superior, aptos para participar no desenvolvimento local e regional, com motivação, capacidade de empreender, com toda a generosidade de ser jovem.

Podem, certamente, contar com uma participação activa do CDS neste e noutros Fóruns, num empenhado apoio a políticas de juventude e emprego, contrariando a tendência de jovens quadros qualificados, de elevadas competências técnicas e científicas, procurarem, por falta de opções, uma actividade ou profissão digna fora do seu País Natal.

Sr. Presidente, Minhas Senhoras e Meus Senhores

O Mundo Rural é outro dos grandes desafios que o CDS tem valorizado. Partilhamos da opinião de reputados especialistas que muito há a fazer para melhorar e dignificar as populações rurais, para um mais eficiente desenvolvimento integrado do território.

A “Qualidade de Vida” tem de ser um direito de qualquer cidadão de Guimarães, independentemente do seu local de residência, da sua freguesia, do seu lugar. O direito à educação e à saúde estão muitas vezes comprometidos, quando a população se encontra mais afastada dos centros urbanos e as acessibilidades são reduzidas. E porque não nos inquietamos com a ausência de direitos fundamentais para essa Qualidade de Vida, os de Higiene e Saúde Pública, o saneamento básico, a qualidade ambiental, ou o direito à informação e novas tecnologias, como as que a fibra óptica permite aceder?

Apresentamos, durante o período de esclarecimento eleitoral, um programa de Desenvolvimento Rural. Acreditamos que é necessário, acreditamos que é partilhado e vivido pela população rural, acreditamos que é possível de concretizar, acreditamos, ainda, que a sua implementação é um sinal claro de modernidade para Guimarães.
O CDS dará, necessariamente, todo o apoio a medidas que promovam a igualdade de oportunidades entre as populações urbanas e rurais, que considerem o desenvolvimento sustentável do território e apresentará, igualmente, propostas que contribuam para reconhecer “Guimarães, como um Todo-Único, como um concelho sustentável”.
Não pretendo, nesta primeira intervenção em tão digno Anfiteatro, ser demasiado exaustivo relativamente às propostas e desafios para estes próximos anos. Teremos, seguramente, quatro anos.

Permito-me, todavia, sublinhar as nossas propostas e preocupações na área da Segurança das populações e bens, na solidariedade social, no apoio aos idosos, com a Criação de uma Comissão de Protecção aos Idosos em Perigo, na Saúde, com a criação das unidades de cuidados paliativos e de cuidados integrados de saúde, ou a nossa firme convicção em Políticas adequadas na Promoção da Família.

Sr. Presidente, Minhas Senhoras e Meus Senhores

É, seguramente, verdade que o grande momento destes quatros anos é o “Guimarães, Capital Europeia da Cultura 2012”. Momento que agrega todos os vimaranenses, que nos orgulha e nos promove. O CDS está, como sempre esteve, disponível para apoiar esta iniciativa, que permite recolocar Guimarães na rota da cultura europeia.
Estando certos que “Guimarães, Capital da Cultura” não deverá e poderá limitar a um concelho, ou até mesmo uma região, estamos, todavia, convictos que “Guimarães, Capital da Cultura”, se associará fortemente ao tecido social, cultural e económico de Guimarães.

A significativa participação das suas organizações e instituições, a adesão (já notória) da população e a dinâmica impressa por este notável acontecimento, influenciará, inequivocamente, a sociedade vimaranense e o seu Futuro.
Permitam-me, assim, concluir, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Minhas Senhoras e Meus Senhores, com a firme certeza de uma participação activa e construtiva do CDS ao longo destes quatros anos de mandato parlamentar, respeitando escrupulosamente o seu compromisso com os eleitores, fiel aos seus princípios e convicções, tendo apenas como objectivo principal a construção de um Futuro Feliz para Guimarães e para todos os vimaranenses.

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